segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quanto vale a vida?

Nos anos 80 o RPM dizia "agora a China bebe Coca-Cola", nos jornais de hoje a China é a segunda maior economia do mundo. Assim como o Japão nos anos 50 a China se adequou ao modelo Norte Americano e se tornou o grande player do mundo. A China compra do mundo todo e exporta para o mundo todo. Mas a qual preço? Degradação ambiental, mão-de-obra escrava, isso, fora diversas outras atrocidades que nem ficamos sabendo.
O que significa ser a primeira ou segunda economia do mundo? O que significa estar a baixo da linha pobreza? Para as sociedades movidas pelo Capital é uma hierarquia onde quem estiver no topo controla os outros. A China abre as portas para as fabricas estado-unidenses que a custos baixos produzem e vendem ao mundo a preços caros, mas pra onde vai o Lucro, para os Estados Unidos. As contradições do sistema são enormes. Crianças que produzem dezenas de produtos na China não recebem nem 1/5 do valor do produto produzido. Mas quem se importa, são a segunda economia do mundo, auxiliada pela primeira.
Quanto aos países que estão abaixo da linha da pobreza, lá existem pessoas ricas, claro, que lucram com a pobreza dos outros, as guerras, e as matérias primas encontrada nos territórios. É relativamente fácil dividir um continente, colocar pessoas no controle e deixar os povos nativos em constante degeneração.
Cabe uma questão, quem está melhor a China, Ruanda, Estados Unidos, ou as tribos ainda desconhecidas pelo homem, que retiram tudo o que precisam da natureza e não vivem nos caos das grandes metrópolis e nem se deparam com uma destruidora globalização?
Estive em um congresso sobre alimentos, economia e meio ambiente. É muito interessante como o meio ambiente é visto apenas como local onde se produzir, cuidam do meio se isso garantir uma maior produção. Estatísticas mostram que em 2050 não haverá comida para todos, toda a produção de alimentos hoje abasteceria a TODOS, mas os alimentos, assim como a renda, são mal distribuídos, quem tem mais come melhor. A preocupação é se as pessoas terão alimentos ou se elas se tornarão CONSUMIDORES dos produtos? A parte mais interessante do congresso foi que em nenhum momento foi falado na MUDANÇA do atual capitalismo, mas sim nas mudanças de técnicas de produção.
Se algo não for feito para mudar esse quadro nem chegaremos a 2050. Assim como a URSS o capitalismo está se autoimplodindo, mas ninguém quer reparar pois o lucro fala mais alto do que qualquer outro fator. Formulei um exemplo bem simples para isso: A alguns milhares de anos o homem inseriu animais para ajuda-lo na produção, ótimo, o trabalho acaba mais rápido e o homem pode descansar. Hoje temos tantas tecnologias que fazem praticamente tudo para nós em velocidades estrondosas, logo deveríamos nem sair de casa. ERRADO. Já que produz mais não devemos descansar mas sim trabalhar mais horas para produzir sem limites.
Que mais países aumentem suas produções e importações e que mais países continuem vendendo matéria-prima barata e comprando manufaturados caros. Uma hora vai acabar tudo aí quem sabe não aprendemos a retirar água da pedra....
"Levamos uma vida que não nos leva a nada
Levamos muito tempo pra descobrir
Que não é por aí... não é por nada não
Não, não pode ser... é claro que não é, será?"
...

Nenhum comentário:

Postar um comentário