Vem chegando o fim do ano, mas prefiro ver como o final de um show, daqueles que fazem a gente se lembrar pro resto da vida como um verdadeiro espetáculo de som, imagem e emoção...
Tudo começa com a espera na fila e a banda de abertura onde a gente fica tenso, sem saber ao certo qual lugar vai pegar, passando calor ou frio e tomando algumas para o Grande momento. Assim foi o começo vestibular, longe de quem se queria estar perto, família indo para longe e aquele maldito calor do verão.
Assim que a banda de abertura entra os problemas parecem passar e a gente acha que tudo vai dar certo. Carnaval, grandes aventuras, até supriram a falta de não ter conseguido, num primeiro momento cumprir minha meta.
Banda se retira, luzes apagam, o palco se modifica e de repente vem os primeiros acordes, aqueles mais alucinados e mandam um super clássico. Depois de tanto esperar e de alguns sacrifícios o sonho se realiza, claro, não consegui nada sozinho, precisei de apoio, confiança, amizade e carinho e tive tudo isso, que já mais será esquecido.
A energia a mil e vem porrada atrás de porrada, ver os ídolos parece algo que se renova a cada canção que você cansa de ouvir no rádio quando elas são tocadas ao vivo. Guns, Sebastian, Aerosmith, Zélia, Roupa, Rush e Smashing, cada um em seu próprio contexto e cada um com uma lembrança inusitada que merecem recordações.
Todo show tem um momento que vem aquela canção, que ou você nunca ouviu ou não sabe direito a letra e aí parece que o show esfria e você fica meio pra baixo esperando a próxima canção. Nem tudo é pra sempre e por mais que seja difícil algumas coisas, mesmo importantes, acabam ficando para trás, magoamos pessoas e somos magoados, mas o show não pode parar.
De repente a banda após algumas músicas subitamente sai do palco e deixa a multidão enlouquecida por alguma música que ficou faltando. Mudar a rotina nem sempre é fácil e perder algumas coisas pode deixa buracos enormes e a gente sem reação, sem saber qual é o próximo passo.
Mas eis que surge alguém de volta no palco e isso já é motivo para gritos enlouquecidos e as energias se renovam, é o memento do primeiro bis. A vida é cheia de altos e baixos e acredito que isostaticamente as coisas tendem a se equilibrar de uma forma ou de outra e o alto astral volta a subir, presença de amigos é fundamental.
O bis geralmente é feito das melhores canções e você fica completamente exausto, precisa de um descanso e do fim do show e a banda some novamente, mas ainda falta aquela balada pra você erguer o isqueiro no alto e cantar como louco até mesmo a melodia, talvez um arranjo diferente algo acústico, meio que fora dos padrões para o momento. Assim foi chegando o final do ano e coisas fora do padrão aconteceram, alguns amigos se tornaram pessoas inesquecíveis, pessoas que não eram conhecidas se tornam de repente inesquecíveis também, os desentendimentos somem e as coisas parecem voltar ao normal, velhos amigos voltam a ficar ao nosso redor.
Finalmente a última canção e é aquela, a mais esperada, que vamos cantar em coro e ter certeza que tudo valeu a pena. De erros e acertos foi feito todo esse grande show, algumas luzes queimaram, uma ou duas cordas estouraram, fugimos do tom, cantamos no momento errado, mas tudo deu certo, levamos a emoção as alturas, sonhos foram realizados, pulamos do palco, vimos a alegria de cada rosto na platéia, fica a idéia de porque não gravamos um dvd? Ainda não acabou essa última canção ainda tem alguns dias ainda para podermos enfim apagar as luzes e ir para casa, descansar e se preparar para o próximo concerto.
O sonho não acabou!